O estudo da alma familiar através do GENOSSOCIOGRAMA por Anne Schutzenberger
“Aquilo que não se expressa, se imprime”.
Anne Schutzenberger , nasceu na Rússia , em 1919, país que foi obrigada a deixar por causa da Guerra. Anne tem licenciatura em direito, letras, é doutora em Psicologia, emérita professora da Universidade de Nice, onde liderou o laboratório de psicologia social e clínica. Ela também é psicanalista formada com Françoise Dolto e Robert Gessain e psicodramatista formada com o próprio Moreno (criador do psicodrama). Trabalhou com Robert Gessain, Jacques Lacan, François Dolto, Carl Rogers, JL Moreno, Margaret Mead e Gregory Bateson na escola de Palo Alto.
Anne viveu a grande dor da perda de um filho. Ela conta que foi a partir de uma fala de sua filha que começou a interessar-se verdadeiramente pelo assunto. A filha observou: “percebes mamãe, que és a mais velha de dois filhos, cujo segundo morreu; e que papai é o mais velho de dois, cujo segundo morreu; e que sou a mais velha de dois filhos, cujo segundo morreu?”.
A partir de sua dor e da observaçã da filha, aliou seus conheciementos técnicos para a compreensão e leitura da alma familiar dos pacientes de câncer que tratava e concebeu que “nossa vida é um romance”.
Apoiada pela medicina clássica e pelo acompanhamento psicoterapêutico, começou a descobrir nas biografias de seus pacientes, surpreendentes fenômenos de repetição e identificação com as pessoas que amaram e que haviam faltado ou morrido.
O método que cria para a análise das transmissões, repetições e para a leitura da alma familiar, foi o GENOSSOCIOGRAMA. É uma espécie muito particular de árvore genealógica, que destaca eventos significativos para o bem ou o mal da história de uma família: doença, nascimentos, acidentes, mortes, casamentos, nomes, profissões, vícios, causa mortis, marcos históricos, sociais e familiares vinculados às pessoas do clã em análise...
Através de uma representação gráfica de toda a família, no sentido amplo do termo, tendo em conta pelo menos 3 gerações ascendentes, ligando as pessoas por semelhanças entre datas de nascimento, datas de morte, doenças, vínculos positivos e negativos, esquecidos e negados, etc...
Anne demonstra que os traumas, segredos, conflitos dramáticos podem condicionar os descendentes que talvez se tornem portadores de distúrbios, doenças ou comportamentos estranhos e inexplicáveis. Ancelin nos diz que somos menos livres do que acreditamos ser, no entanto, podemos reconquistar a nossa liberdade e sair dos padrões repetitivos se compreendermos o que acontece conosco e qual a história de nossa família.
Nossa família é um sistema, um campo de energia no interior do qual, nós evoluímos e crescemos. Cada um, desde seu nascimento, vai ser uma parte deste todo e precisa ter o seu lugar, independente de quem seja e como seja. Somos muito mais parte deste todo, do que pensamos. Somos feitos de estórias e memórias transcritas no nosso DNA.
Letícia Kuchockowolec Baccin
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