TECENDO A VIDA

Na busca do sentido da vida, o ser humano busca novos e diferentes caminhos descobrindo trilhas que o levam para sua interioridade: o seu próprio espaço interior torna-se lugar novo de experiência. Os viajantes destes caminhos nos revelam que somente o amor é capaz de alimentar a alma, porém também o amor precisa da alma. 

Assim, nossa jornada de busca de autoconhecimento e entendimento de quem somos, segue o rumo da compaixão por nós mesmos e do apaixonamento por tudo o que nos forma. 

Amando-nos como somos, podemos amar nossas feridas e compreender que elas fazem parte da nossa jornada, da nossa construção para a evolução da nossa espécie por ela mesma, e assim criarmos um ser cada vez mais próximo do Criador – à sua imagem e semelhança.

Ser à imagem e semelhança de Cristo requer compreensão do por quê vivemos o que vivemos para com sabedoria entender PARA QUÊ, e deste entendimento nos aproximarmos cada vez mais da nossa essência.

A ALMA SE ORIENTA PARA UM CENTRO PESSOAL E TRANSPESSOAL, para a integração de nossas partes em relação à nossa individualidade e unificação da nossa totalidade. Assim, a própria vida carrega em si um sentido: o de restaurar a nossa unidade primeira.

Chegamos nesta vida com uma bagagem repleta de padrões sobre maternidade e paternidade. Estes padrões constroem o cimento da nossa psique e na Psicogenealogia dizemos que eles estão transcritos no nosso Código de Normas familiar.

Este código carrega direitos e deveres implícitos e explícitos com padrões pré-formatados de como sermos pais, mães e filhos. Estes padrões vêm transcritos epigeneticamente no nosso DNA. A partir desta transcrição, temos 3 caminhos a seguir:

a)       Repeti-los, por lealdade ao sistema familiar e por necessidade de pertencer;

b)      Rechaçá-los, porque determinados comportamentos causaram vergonha, dor, culpa e sofrimento. Porém, quando rechaçamos, de certa forma nos colocamos num degrau de superioridade em relação àqueles que vieram antes de nós, porque indireta e inconscientemente nos entendemos melhores que eles;

c)    O caminho do meio. Este caminho só é alcançado quando paramos de oscilar entre repetir e rechaçar, que é o que acontece na cascata transgeracional. O caminho do meio é o do entendimento que é a interiorização de todos os registros que nos precedem, aliada à tomada de consciência, de que muitos padrões de comportamento vivem nos porões da nossa psique e, conforme ensinou JUNG, “Até que nos tornemos conscientes, o inconsciente vai dirigir nossas vidas e vamos chama-lo de destino”.

Nosso livre arbítrio, ou seja, a co-autoria da nossa história somente acontece quando acessamos este portal, como a passagem de Alice para o País das Maravilhas.

Os contos usam a linguagem do inconsciente, que é metafórica, simbólica, repleta de imagens, cores e sons. 

Antes de fazermos parte da nossa família somos um ser imaginário. Viajamos na grande trilha do inconsciente familiar, que nos concebeu com um propósito: trazermos um novo equilíbrio, harmonizarmos relações e por fim, sermos felizes. 

Assim como nos contos de fadas, sempre esperamos um  “felizes para sempre” na nossa história. 

O “para sempre” da nossa jornada acontece quando viajamos através das vidas que nos sucedem, mas sempre dando continuidade ao que foi tecido antes de nós.

Letícia Kuchockowolec Baccin

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