CÓDIGO DE NORMAS DA FAMÍLIA

CÓDIGO DE NORMAS DA FAMÍLIA 

Toda família possui um Código de Normas de Funcionamento. Deste código fazem parte Leis e artigos, recheados de direitos, deveres, permissões e proibições, que determinam os comportamentos anuídos e os rechaçados pela família. Estas diretrizes nos levam a verificar a flexibilidade ou rigidez da família, determinando compatibilidades e responsabilidades ao longo do tempo. Analisar as privações, os esforços, as misérias, as feridas, mas também as fortalezas das almas que compõem o sistema.

 

Segundo Doris Langlois, “este código é construído à luz da consciência, mas normalmente é um processo inconsicente, onde devemos deixar vir as informações que nos vêm por instinto, por sonhos, que “simplesmente aparecem” tão logo comeces a construí-lo. 

Suas origens provém da herança que os pais transportam (comportamentos, crenças, atitudes, identidade). Influem na repetição de respostas ou reações que tenham lugar ante aos acontecimentos ou eleições que a família irá fazendo para conservar seu equilíbrio tanto interno quanto externo. 

O código legal da família se insere profundamente nas crenças, a forma de pensar e as emoções de cada um. Os comportamentos e atitudes dos membros do clã são diretamente influenciados pelas regras. 

Anne relaciona algumas regras com as quais se deparou ao longo de sua prática clínica com a Psicogenealogia: 

 

“Existem regras regidas pela complementariedade: os que cuidam e os que são cuidados. Há pessoas que cuidam dos outros e as que são doentes.”; 

“Existem famílias onde a regra é fazer de tudo para que o filho estude – o mais velho não é o primeiro que nasce, mas o primeiro filho homem: isto quer dizer que se o filho homem é o segundo ou o terceiro nascido em uma família pobre e enlutada pela morte do pai, a filha mais velha começa a trabalhar, ainda jovem, para que seu salário possa ajudar o irmão a continuar nos estudos.”; 

“Há famílias em que  o filho ao casar mora com os pais, assume a fazenda, e o segundo filho vai embora para o exército, a batalha ou a marinha.” 

“Em outras famílias, ambas gerações coabitam, outras que assim que o filho atinge a maturidade alça vôo do ninho e outras que o irmão mais velho conserva a casa ou a fazenda e os outros vão embora”; 

“Encontramos famílias em que se “fabrica o mais velho” que é quem vai cuidar dos negócios da família, ainda que seja ele o segundo ou terceiro filho. Mas vai assumir esta posição arquetípica”; 

“ser um membro leal de um grupo”. Segundo Anne, ao fazer a sua psicogenealogia o indivíduo vai se dar conta o real significado dos seus mandatos e comportamentos, por exemplo “ser um membro leal”, pois é levado a interiorizar um conjunto de atitudes específicas que lhe permitem conformar-se à injunções interiores ou interiorizadas.”. 

Os membros que não cumprem com ditas regras, sentem-se culpados, sentem que não pertencem ao grupo. Esta culpabilidade, segundo Anne,  “forma uma força reguladora”. 

Nagy dizia que a lealdde da família é “descrita como a atitude de confiança dos indivíduos em relação ao objeto da lealdade. Estabelecemse entre os membros de uma família, que ficam conectados as solicitações também inconscientes de seus antepassados, conduzindo-os a uma fidelidade que muitas vezes vai contra seus desejos. Constitui-se com base na formação de mitos e segredos e pode permanecer por mais de uma geração. E o não cumprimento com as obrigações geradas por esse laço cria sentimentos de culpa (Nagy & Spark, 1983; Souza & Carvalho, 2010).

 

 Na elaboração das regras familiares, é importante observar, ao analisar um GENOSSOCIOGRAMA, quais são as regras que formam o código de leis da família, quem as elabora, quem as transmite, quem as cumpre e quem as burla. 

 

Questionamentos : 

O que te ocorre se te perguntam quais comportamentos são aceitáveis e quais são inaceitáveis para um homem e para uma mulher? 

Para ti, o que é inaceitável? 

Lembras de alguma ocasião onde fostes castigado na tua infância? 

Qual foi o motivo do castigo? 

Que relações percebes entre o castigo e as normas familiares? 

Quem te castigou? Quem te liberou? 

Esta pessoa exercia o poder por si ou em nome de outro? 

Não te atrevias a romper nenhuma norma ou na tua família não haviam normas contra castigos? 

Acreditas que tua família era rígida, flexível ou desorganizada, em termos de ordem? 

Que pessoas do teu mesmo gênero, tinhas como exemplo? Qual era a característica essencial dela que ressaltava? 

Que pessoas do teu mesmo gênero não querias repetir? Relacione com alguma norma familiar. 

Que pessoas do gênero oposto, tinhas como exemplo? 

Que pessoas do gênero oposto, não querias repetir? 

Se não tinhas exemplo, porque acreditas que era assim? 

O que criticas ou criticavas em tua família? 

Existe uma ovelha desgarrada na família? 

Qual o comportamento dela?

A liberdade nasce do conhecimento.

Conhecer estes padrões condicionantes é liberar-se das lealdades e rumar para o livre-arbítrio.

Letícia Kuchockowolec Baccin

Letícia Kuchockowolec Baccin

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