GENOGRAMA e GENOSSOCIOGRAMA:
O genograma é uma representação gráfica das ligações familiares sobre mais gerações, uma espécie de árvore genealógica com as informações importantes sobre cada membro da família.
“O genograma é uma técnica de representação da árvore familiar (...), baseada na construção de um papel gráfico que contém as principais informações sobre os membros de uma família, as suas inter relações há pelo menos 3 gerações”.
Existe diferença entre genograma e genossociograma: o primeiro é a árvore genealógica comentada com algum dado pessoal, utilizado na terapia sistêmica, na medicina etc., e o segundo consta a biografia material e imaterial do indivíduo pertencente à novela familiar, onde vinculam-se uns aos outros através de simetrias.
Esse instrumento foi criado por Murray Bowen em 1980, para ser utilizado na terapia familiar multigeracional e compreende:
Na terapia familiar, esse instrumento permite aos membros da família, precisar e modificar a percepção que eles têm do próprio sistema familiar e de suas posições nesse sistema.
O genossociograma ( da genealogia – árvore genealógica, sociometria de Moreno, laços afetivos, relações) se interessa também pelas relações escondidas e inconscientes, como a síndrome de aniversário, a fidelidade invisível, etc...
Moreno definia o ÁTOMO SOCIAL, “a representação do mundo do indivíduo: a imagem de uma vida, as suas representações, os seus interesses, os seus sonhos e as suas angústias... o núcleo interno e externo das pessoas emocionalmente ligadas ao sujeito”.
Henri Colomb, segundo Anne Ancelin, logo após seus trabalhos na África ( La morte come organizzatore delle sindrome psico-somatiche in África, 1977) ampliou a técnica do genossociograma, desenvolvendo as noções de Moreno.
“O genossociograma permite uma representação sociométrica (afetiva), imaginada da árvore genealógica familiar (genograma) destacando, através das flechas sociométricas, os diferentes tipos de relações do indivíduo em relação ao seu ambiente e às ligações das diversas pessoas da coexistência da cohabitação, as díades, os triângulos, as exclusões... Quem substitui quem na família, as injustiças (os contos familiares e sociais), as repetições... Algumas vezes são as falhas de memória da família que revelam mais sobre aquilo que foi escluído da memória familiar”.
Parece-me que a diferença substancial, entre os dois modos de propor a árvore genealógica comentada, se manifesta com a importância dada na Psicogenealogia às coincidências de datas, às criptas e aos fantasmas, às síndromes de aniversário, às fidelidades invisíveis que são produções do inconsciente transgeracional ou coletivo familiar (Jung).
É tanto psicanalítica (importância dada aos mecanismos inconscientes) quanto sistêmica (importância do lugar e papel do indivíduo no sistema), que conjuga a necessidade de compreender a fundo a realidade psíquica da pessoa e a necessidade de posicionar cada um num sistema mais complexo do triângulo mãe-pai-filho da Psicanálise).
Antes de passar aos comentários seguintes, gostaria de fazer um breve comentário acerca da simbologia do genossociograma. Alguns autores, entre eles também Anne, utilizam o triângulo para representar o masculino, porém usamos o quadrado pois os ângulos internos do quadrado se equivalem à soma dos ângulos internos do círculo.
O que nos ensina Anne Ancelin em relação ao GENOSSOCIOGRAMA
O GENOSSOCIOGRAMA é uma espécie de àrvore genealógica feite de memória e à memória, isto é, sem a procura de documentos e informações, completada com acontecimentos de vida importantes, com suas datas, vínculos e contexto afetivo, vínculos sociométricos, assinalados por flechas ou traços coloridos.
O genossociograma não é somente uma árvore situando a parentela. O que é importante é a MANEIRA como o autor dessa árvore ”fantasmática” concebe os personagens e os laços que as unem e que os ligam a seus ascendentes e colaterais e quais as suas funções.
Às vezes são, de fato, os “brancos”, os hiatos de memória, também denominados ATOS FALHOS, que falam alto (“como os silêncios do divã”) sobre “tudo aquilo que foi riscado da memória familial”.
O mais expressivo, o mais interessante, o mais novo nesse trabalho é o estabelecimento de laços prováveis entre os acontecimentos, os fatos, as datas, as idades, as situações...
O postulado de uma interação eventual entre, por exemplo, uma morte e um nascimento ou a coincidência das datas ou idades (sincronia, síndrome de aniversário); são estas repetições e a hipótese de uma reativação de sentimentos e de estresse de antecipação para certos períodos da vida de uma pessoa e da vida de uma família.
As datas são importantes, como balizas e chaves de memória; muitas vezes também são importantes o dia do nascimento, a ligação com alguma festa ou acontecimento considerável, religioso, histórico, etc...
As datas exatas são importantes; às vezes, essas datas podem ser a chave da memória para as doenças, acidentes, rompimentos, casamentos e tudo que saca da memória os MITOS FAMILIARES. E se nossa memória tem suas falhas, seus lapsos , é preciso perguntar por quê e, sobretudo, não esquecer o “papagaio”que pode desvelar as omissões da MEMÓRIA FAMILIAL; ou ainda recorrer àquela querida e idosa tia-avó, solteirona, que, de certo modo, é a “secretária da família”, a memória familial.
A memória gráfica é importante, porque permite distinguir repetições, inserções que a consciência desconhece, as ilusões de um fantasma , as sincronias ou coincidências significativas, a síndrome de aniversário.
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