Cirurgia Psíquica

Atualmente vivemos um modelo de biomedicina em que a doença é o foco. Ao nos defrontarmos com um estado mórbido, buscamos, imediatamente, uma química que traga alívio da dor. Dessa forma mascaramos o problema real, vez que acreditamos que a dor, por ser incômoda, deve ser eliminada, sem perscrutarmos a fonte, a origem do que se passa em nosso corpo e em nossa mente. Esse comportamento decorre da crença de que somos máquinas e precisamos consertar as peças estragadas. A partir desse raciocínio, olvidamos que somos seres espirituais interdependentes, sendo que a dor traz um alerta de algo que precisa ser compreendido em sua origem não física.

Assim, observou-se uma ruptura entre a criatura e o Criador. Com o advento do mecanicismo, desaparece a contemplação ao ambiente, à natureza, associados à maioria dos pensadores das épocas anteriores, de Platão aos filósofos do Renascimento. A aliança é rompida em nome da dominação. Dessa forma olvida-se a concepção metafísica e assume-se uma concepção mecanicista.

De suma importância desmistificar essa ideia de que somos 'coisas que pensam', para tanto precisamos trazer a visão do direito natural, pois possuímos direitos ínsitos como, por exemplo, o direito à 'saúde integral', que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é um estado de bem estar físico, emocional e social e não tão somente, a ausência de doenças.

Urgente se faz romper com este conceito retrógrado de saúde. Impositivo nos libertarmos da hipnose de que somos 'uma coisa que pensa', precisamos voltar às origens ensinadas por Hipócrates em que os desequilíbrios que o homem desencadeia estão diretamente ligados à separação do 'homem do todo' em conformidade com o direito natural.

Um dos principais fatores que deflagraram o caos vivenciado na atualidade, na saúde pública brasileira, se deve ao fato de acreditarmos que somos máquinas, 'coisas que pensam', e então, necessário se faz sair da 'caverna', da escuridão dos sentidos, e acolhermos a concepção integralista (holística) de saúde, que compreende que somos espíritos revestidos de muitas cascas, do físico, do emocional, mental, e conectados com o todo que nos cerca, somente a busca das causas dos desequilíbrios e o reequilíbrio do todo será capaz de devolver a ordem, acolhendo a visão metafísica a qual, está diretamente ligada a medicina tradicional (holística/ integralista/ hipocrática), conforme termo usado pela Organização Mundial de Saúde - OMS.

Ainda, denota-se que a ciência caminha para uma espiritualização, tendo em vista que já se pesquisa a ‘partícula de Deus’, ou seja, atualmente, compreende-se que a menção a Deus não retira o teor científico de qualquer pesquisa, especialmente quando fala-se em saúde integral, pois está diretamente ligado ao direito natural, ínsito ao homem. 

  1. O PONTO DE MUTAÇÃO

Portanto, de fácil percepção que o mundo sofreu um rompimento, um ponto de mutação, em sua história, sendo que esta mutação influenciou e influencia nossa concepção do outro e do planeta, a revolução científica operada no século XVI, foi de suma importância no sentido da compreensão do nosso insignificante papel na Obra Divina, no Cosmos, no entanto, como efeito colateral, fez com que, confortavelmente, deixássemos de nos preocupar com nosso papel perante o ambiente que nos envolve e sustenta, pois olvidamos a condição de fios integrantes de uma enorme teia da vida.

Desta forma Samuel Hahnemann, o pai da homeopatia, considerou que tanto a enfermidade quanto à saúde tem sua origem primacial na mente, nas emoções, nos sentimentos e em todas as sensações da criatura, como um todo vivo corpo e alma. A seu ver, as manifestações físicas são a parte mais grosseira ou mais densa do corpo humano. Daí, pois, haver consagrado a lei que tanto a saúde como a doença vem de DENTRO PARA FORA E DE CIMA PARA BAIXO, OU SEJA,  DA ALMA PARA O CORPO, ou com a sua germinação no alto, que é a mente,  e no centro que é o sentimento da criatura humana, segundo Ramatís.

Impossível erradicar a doença pelos métodos materialistas, pois sua origem não é material. A doença é um efeito, é o ‘produto final’ de forças profundas desde há muito em atividade e, ainda que o tratamento material aparentemente tenha êxito, ele nao passa de um paliativo, a menos que a causa real haja sido suprimida (EDWARD BACH).

Somente retomando essa luz ‘inextinguível’ podemos sair da escuridão dos sentidos, recordando que nossa essência é sublime e que o vazio da existência somente pode ser preenchido quando despertarmos para nosso real valor e o da natureza que nos sustenta, bem como, o valor de todos os seres direta e indiretamente ligados a nósEsse é o caminho que deve ser trilhado por aqueles que decidem ir ao encontro da ‘cura integral’, no entanto o modelo de medicina mecânico que nos oferecem não possui instrumentos capazes de auxiliar nesse encontro e preenchimento existencial.

Assim, todas as partes do ser humano são afetadas pela influência da mente, a qual atua fortemente através dos vários sistemas orgânicos, como o nervoso, o linfático, o endocrínico ou circulatório. As recentes pesquisas médicas, sob a orientação da medicina psicossomática, estão confirmando que o psiquismo altera profundamente a composição e o funcionamento dos órgãos físicos.

O corpo físico pode ser afetado pela mente não material, ‘pensamentos que são a energia da mente, influenciam diretamente a maneira como o cérebro físico controla a fisiologia do corpo’, sendo que a energia dos pensamentos podem ativar ou inibir as proteínas de funcionamento das células, podendo influenciar mais diretamente ou com mais facilidade a matéria do que agentes químicos (BRUCE LIPTON).

André Luiz, no livro ‘Entre a Terra e o Céu’, durante uma elucidação de Clarencio, antecipa temas científicos essenciais: ‘a corrente de força devidamente dinamizada no passe magnético arrancá-lo-á da sombra anestesiante da amnésia. Poderemos, então, sondar-lhe o íntimo com mais segurança. Assistido por nossos recursos, a memória dele regredirá no tempo, informando-nos quanto à causa que o retém junto da neta, aclarando-nos, ainda, sobre prováveis ligações que nos conduzirão à chave do socorro, a benefício dele mesmo...’. 25ª. Ed, p. 104.

E continua sua libertadora explanação: ‘...a memória pode ser comparada a placa sensível que, ao influxo da luz, guarda para sempre as imagens recolhidas pelo espírito, no curso de seus inumeráveis aprendizados, dentro da vida. Cada existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo uma as outras, jamais de confundem’ idem.

No contexto, elucida-se a necessidade de acesso e entendimento dessas memórias impressas como "traumáticas", como um "processo cirúrgico", para a assistência integral a todos os envolvidos, assim: ‘Em obras de assistência, qual a que desejamos movimentar, é preciso recorrer aos arquivos mentais, de modo a produzir certos tipos de vibração, não só para atrair a presença de companheiros ligados ao irmão sofredor que nos propomos socorrer, como também para descerrar escaninhos da mente, nas fibras recônditas em que ela detém as suas aflições e feridas invisíveis’ p. 105.

Portanto, imprescindível, que haja o entendimento dos escaninhos da mente para abrilhantar o "futuro", segundo os ensinamentos de que somos um Todo Integral, carregamos todas as nossas obras, vivências de outrora em uma caixa intransferível: “...A mente, tanto quanto o corpo físico, pode e deve sofrer intervenções para reequilibrar-se. Mais tarde, a ciência humana evolverá em cirurgia psíquica, tanto quanto hoje vai avançando em técnica operatória, com vistas às necessidades do veículo de matéria carnal. No grande futuro, o médico terrestre desentranhará um labirinto mental, com a mesma facilidade com que atualmente extrai um apêndice condenado... o médico do porvir, para sanar as desarmonias do espírito, precisará mobilizar o remédio salutar da compreensão e do amor, retirando-o do próprio coração...’ p 105

Observa-se que nossas percepções são responsáveis por processos de imenso desequilíbrio atual, interferindo neste espaço/tempo, dificultando a caminhada evolutiva, pois estagnamos na sintonia vibracional do medo, pânico, descrença, desesperança, culpa, desta forma, o revisitar estes lugares impressos em nosso microcosmo mental, nos conscientiza da retroalimentação de um padrão repetido há milênios, hipnoticamente, inconscientemente, por inúmeras eras e gerações, permitindo a instalação de um novo olhar, gerando ascese consciencial, alterando a sintonia vibracional, permitindo ‘olhos de ver’ e ‘ouvidos de ouvir’. 

Conforme a Ética divulgada por Jung o inconsciente é consciente e quando afinamos nossa percepção, é possível o irromper de novas perspectivas e caminhos, pois tudo já está pronto, somos o TODO e o Todo está em nós.

Portanto, o que é mais necessário para que ocorra uma mudança no modelo de medicina adotado atualmente? 

Cabe-nos refletir quais os poderes que obstaculizam a saída da caverna, porque ainda permitimos uma prestação de saúde deficitária, uma concepção retrógrada, e um modelo de medicina monopolizador, sendo que temos tantas opções que podem somar ao existente, gerando desenvolvimento, bem estar e equilíbrio, por ilação, proporcionando economia ao Poder Público.

‘Conclui-se que no futuro, a ciência será a religião mais contagiante, mais adotada e divulgada no mundo.  No entanto, para atingir essa condição, a medicina deverá migrar de apenas curadora de corpos para um processo de humanização (espiritualização), não adotando crenças desta nem daquela vertente religiosa, mas elegendo o ser humano como foco maior, como alvo ou rebanho a ser abraçado pelos sacerdotes da vida’. Joseph Gleber.

‘NO FUTURO OS MÉDICOS (TERAPEUTAS), ALÉM DE PRECIOSOS SERVIDORES VIGIANDO A COMPOSIÇÃO SADIA DO CORPO FÍSICO, TAMBÉM CUMPRIRÃO A SUBLIME TAREFA DE AJUDAR O EQUILÍBRIO MENTAL E EMOTIVO DE SEUS PACIENTES, ORIENTANDO-OS PARA A VIVÊNCIA do amor, QUE EFETUA A CURA DEFINITIVA DA ALMA.’ RAMATÍS

Quando será que nos conscientizaremos que somos seres espirituais manifestados na fisicalidade? 

E então: A solução nesses campos de atuação requer não apenas um novo paradigma, mas também uma mudança de perspectiva no modo como vivenciamos a nós mesmos, em quem pensamos que somos. 

Estamos interessados no que é profundo em nós ou queremos continuar ocos?” AMIT GOSWAMI.

Com amor!

Katiucia Garcia Vilela

Doutora em Saúde Integral 

*Texto extraído da tese de doutorado sobre Saúde Integral.

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